quinta-feira, abril 13, 2006

A vida é.

Eu sinceramente espero poder reaver meus dias, meus planos, minha alma. Tanto trabalho pra erguer solidamente um estado e deixo-me desmoronar assim. Não sou suscetível ou ao menos não devo ser, ficar vulnerável, a mercê de dias ruins que insistem se repetir. Não quero mover meu barco sem a certeza do enobrecimento da viagem. Não quero ir embora sabendo que nós poderíamos estar. Não quero partir sabendo que nós. Nós.
Cantava pela quinta vez a mesma música triste, derramava pela última vez a velha lágrima torta.
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Correndo contra o atraso constante, ele não reparou que tropeçava em postas de corações partidos e sorrindo buscava ao longe o que já era agora.
Parado contra a certeza vã da caminhada, ele só reparou, aos tombos, que o agora já não valia nada.
Desistir. Infeliz essa palavra. Prefiro Sempre.
Acabou cigarro! Merda.
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Enquanto dirigia à banca, pensei tanta coisa importante.
Sempre tive ótimo preparo corporal, coordenação motora, raciocínio lógico, um bocado de inteligência emocional e nenhuma, disse nenhuma memória.
Enquanto dirigia à banca, pensei tanta coisa importante e esqueci.
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Ontem, jurávamos amor eterno, amor eternamente intenso, tesão perpétuo, cumplicidade mútua. Hoje, observo esgotado nossas promessas virarem lembrança. Amanhã,...
E eu que só queria morar no seu abraço.
Tempo. Senhor das conseqüências motivadas por uma causa. Irremediável destino que se faz cumprir. Tempo.
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Cantava a mesma música triste então pela sexta, sétima, décima vez.
Derramava a mesma última lágrima que se fez penúltima, que se fez eterna.
Potências individuais que somadas eclodiriam orgasmo, catarse, aplauso, guerra mundial.
Pelo que fomos, pelo que somos, preenche comigo pra lá, depois, agora, Amanhã...
Me abraça, porra!